O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central inicia nesta terça-feira (10) uma reunião de dois dias para avaliar se será necessário um novo ajuste na taxa básica de juros, a Selic. A decisão, que será anunciada na quarta-feira (11), ocorre em um cenário de preocupações crescentes com a inflação.
No início de 2023, a Selic estava fixada em 13,75% ao ano, mas desde agosto daquele ano, sofreu uma sequência de sete cortes consecutivos, alcançando 10,5% ao ano. Esse movimento foi atribuído à melhora da economia, com a inflação mais controlada e a redução das taxas de juros de longo prazo no exterior.
No entanto, nas últimas reuniões, o Copom reverteu o ciclo de cortes, promovendo altas que levaram a taxa para os atuais 11,25%. Agora, a expectativa do mercado é de que a Selic suba para, no mínimo, 11,75% ao ano.
O Banco Central justifica a necessidade de ajustes com base no avanço da inflação, que, segundo as projeções, pode ultrapassar o teto da meta de 4,5% estabelecida pelo governo para 2024. O aumento da Selic é uma das ferramentas utilizadas para conter a inflação, ao encarecer o crédito, desestimular o consumo e, assim, ajudar a estabilizar os preços.
Apesar das preocupações do Copom, uma parte significativa do governo questiona a necessidade de elevar a taxa de juros neste momento. Autoridades argumentam que a inflação ainda está sob controle e que novos aumentos podem comprometer o crescimento econômico, afetando negativamente o consumo e o investimento no país.
A decisão do Copom será acompanhada de perto, dado o impacto direto sobre as condições de crédito para empresas e consumidores, além de suas implicações para o desempenho econômico no próximo ano.
