Em entrevista concedida à Rádio Pomerode dentro do Programa A Voz Da Comunidade, no último sábado, dia 05 de outubro, dirigentes do Hospital e Maternidade Rio do Testo compartilharam um panorama detalhado sobre a situação atual, os avanços, desafios e iniciativas da instituição em Pomerode. Participaram da conversa Nelson Hein, presidente da Associação Hospitalar e Educacional de Pomerode, Catia Manske, presidente do Conselho do Hospital, Fredolf Radüenz, vice-presidente do Conselho, e Daiane Uller, diretora do hospital.
Gestão e Colaboração Comunitária
Nelson Hein enfatizou que o Hospital Rio do Testo opera como uma entidade privada, administrada por uma associação composta por treze comunidades luteranas. Ele destacou que, apesar de sua gestão privada, a instituição está profundamente enraizada na comunidade local. “Nosso modelo de gestão depende da participação ativa da comunidade, essencial para a sustentabilidade e o desenvolvimento do hospital”, afirmou.
Catia Manske elucidou que, para garantir isenções fiscais, o hospital precisa atender a pelo menos 60% de pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Entretanto, atualmente, a instituição atende cerca de 89% de pacientes do SUS. “Essa proporção excessiva torna desafiador o investimento em melhorias e equipamentos. A mudança na gestão busca equilibrar essa relação e garantir que possamos atender melhor nossa população”, explicou.
Qualidade no Atendimento e Capacitação
Daiane Uller discutiu as melhorias já implementadas no pronto-socorro, destacando a importância de um atendimento de qualidade tanto para pacientes do SUS quanto para aqueles com planos de saúde. “Estamos comprometidos em oferecer um serviço eficiente e humanizado. A qualificação da nossa estrutura hospitalar é fundamental”, afirmou.
Os diretores também mencionaram a implementação de protocolos do Ministério da Saúde, especialmente na urgência e emergência, e a capacitação da equipe de enfermagem para realizar triagens adequadas. Essa medida assegura que os pacientes que realmente necessitam de atendimento imediato sejam priorizados. “Humanização no atendimento é uma prioridade contínua para nós”, destacou Daiane.
Desafios e Planos para uma UTI
Um dos temas mais discutidos foi a ausência de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no hospital. Daiane explicou que a implantação de uma UTI requer planejamento rigoroso e investimentos significativos, incluindo a contratação de equipes médicas especializadas. “A construção de uma UTI é um custo elevado, tanto na sua implantação quanto na manutenção. Estamos buscando soluções e esperamos que, dentro de cinco a dez anos, possamos tornar essa unidade uma realidade”, ressaltou.
Os dirigentes também comentaram sobre a relevância de aumentar os atendimentos particulares e convênios, como forma de garantir recursos para a melhoria contínua dos serviços. “Gerar receitas através de atendimentos particulares é fundamental para o nosso aprimoramento”, completou Nelson Hein.
Importância da Comunicação e da Ouvidoria
Os diretores reforçaram a importância da comunicação aberta com a população. Nelson Hein destacou que o hospital está disposto a receber sugestões e críticas de forma responsável, alertando para a necessidade de informações precisas e verdadeiras. “Não somos perfeitos, mas buscamos a excelência em nossos serviços. A ouvidoria é uma ferramenta valiosa para ouvir a comunidade e promover melhorias”, disse.
Engajamento da Comunidade
O engajamento da comunidade foi um ponto central na discussão. Os dirigentes ressaltaram que as contribuições, financeiras ou materiais, têm feito uma diferença significativa nas operações do hospital. “2024 foi um ano recorde em doações, que estão sendo investidas em melhorias e novos equipamentos, refletindo a generosidade da comunidade”, afirmou Catia Manske.
Projetos de Expansão e Infraestrutura
Outra questão em pauta foi a situação das obras do estacionamento do hospital, que estão em fase final de aprovação. Os dirigentes expressaram esperança de que a execução do projeto retome em breve, melhorando a infraestrutura e a experiência dos pacientes e visitantes. “Um estacionamento adequado é fundamental para o conforto de todos que utilizam nossos serviços”, comentou Fredolf Radüenz.
